Em entrevista à Brasil Paralelo, bispo católico afirma que as categorias usadas em eleições comuns não se aplicam ao conclave. Entenda.
Com a morte do Papa Francisco, na última segunda-feira (21), a Igreja Católica se prepara para mais um conclave.
A cobertura internacional tem interpretado o processo sob uma ótica política, tentando aplicar critérios próprios de uma eleição comum a um acontecimento essencialmente espiritual.
De acordo com Dom Fernando Rifan, bispo em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, embora existam diferentes linhas teológicas entre os cardeais, não é possível enquadrar o momento da Igreja nas categorias ideológicas atuais.
“Direita, esquerda, progressista, conservador… esses rótulos não explicam o que acontece dentro da Igreja. O papa não é chefe de facção. Ele é o sucessor de Pedro, aquele a quem Cristo confiou o pastoreio de toda a Igreja.”
Embora o conclave seja reservado e seus detalhes permaneçam em sigilo, a história registra tentativas externas de interferência na escolha do pontífice, seja por pressões ideológicas, seja por vetos diretos de autoridades civis.
Dom Rifan conta que, em 1903, durante a eleição que resultou no pontificado de São Pio X, outro cardeal havia sido o mais votado, mas, por influência do imperador da Áustria, acabou vetado e não assumiu o cargo.
“Depois disso, o novo papa, São Pio X, proibiu qualquer ingerência externa no conclave. E essa norma vigora até hoje, como uma salvaguarda da liberdade da Igreja.”
Último discurso é fundamental para a eleição do papa
O bispo afirma que o critério que pesa mais na eleição é a clareza de visão diante dos desafios do tempo:
“Costuma-se dizer que o papa é eleito pelo seu último discurso. Ou seja, pela forma como ele se apresenta diante dos cardeais, pela lucidez com que lê o momento da Igreja e do mundo. Mas tudo isso dentro do ambiente de oração. Não é uma sabatina. É uma escuta.”
De acordo com Dom Rifan, ao longo da história, o Espírito Santo não impediu que papas fossem humanos, com seus limites e até pecados.
“A Igreja já passou por muitas crises, e continua firme. Porque é assistida por Cristo, mesmo nos momentos mais difíceis.”
O pontificado de Francisco
O papa Francisco faleceu na última segunda-feira, 21 de abril, às 4h47, horário do Brasil (9h47 no horário de Roma).
O comunicado oficial veio diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, em um pronunciamento que marcou o encerramento de um pontificado que transformou a história da Igreja.
Nascido na capital argentina e filho de italianos, Jorge Mario Bergoglio foi eleito pontífice em março de 2013, após a renúncia do papa Bento XVI. Sua eleição inaugurou uma nova era na Igreja, afinal, Francisco é:
Matéria extraída do Site Brasil Paralelo
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