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Bolsonaro prepara batalha contra ostracismo político

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articula nos bastidores uma estratégia para evitar o ostracismo político. 

Com risco real de prisão e inelegível até 2030, ele tenta repetir a tática de Lula em 2018: manter a candidatura até o limite legal e, caso barrado, substituí-la por um nome de confiança. 

Aldo Rebelo é hoje o principal nome dessa engenharia jurídico-política que o bolsonarismo trata como “Plano A”.

Em público, Bolsonaro continua dizendo que será candidato em 2026. Nos bastidores, porém, o entorno já trabalha com o cenário de prisão e incomunicabilidade do ex-presidente. 

A estratégia: repetir o modelo Lula-Haddad e manter os holofotes sobre si até a substituição da chapa, com Aldo Rebelo assumindo a cabeça e Ratinho Júnior entrando como vice.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem dado sinais claros de que pretende concluir o julgamento do caso da tentativa de golpe ainda neste ano. 

A condenação da deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão reforça a disposição da Corte em responsabilizar as lideranças políticas pelos ataques à democracia. 

Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura a participação de Bolsonaro, já afirmou que as provas são “contundentes e irrefutáveis”.

Apesar disso, Bolsonaro segue com a mesma narrativa: acusa ministros do STF de perseguição política e tenta desqualificar o julgamento. 

Recentemente, divulgou um vídeo atacando Alexandre de Moraes e Luiz Roberto Barroso, numa tentativa de mobilizar sua base e alimentar o discurso de martírio. O objetivo é claro: transformar uma eventual prisão em capital político.

Enquanto isso, a estratégia paralela é montada. Aldo Rebelo foi o escolhido para ser o “fiador institucional” do bolsonarismo. 

Na semana passada, em Curitiba, o ex-ministro fez uma rodada completa de encontros: reunião com o governador Ratinho Júnior (PSD), visita ao prefeito Eduardo Pimentel (PSD) e um jantar com a diretoria da OAB-PR, liderada por Luiz Fernando Casagrande Pereira — jurista que arquitetou a tese de candidatura de Lula mesmo preso.

A visita de Aldo ao Paraná teve simbolismo e estratégia. No Graciosa Country Club, ele palestrou para parte do PIB paranaense e lançou seu novo livro, “Amazônia: A Maldição das Tordesilhas”. 

O evento contou com apoio da FIEP e do Instituto Democracia e Liberdade. Nos bastidores, o gesto foi lido como um recado: Aldo é o nome que unifica direita, empresariado e setor jurídico num eventual “Plano A” sem Bolsonaro.

Michelle Bolsonaro, apontada inicialmente como opção natural de herança, enfrenta resistências internas. 

Os filhos do ex-presidente vetam sua candidatura e o nome perdeu força nas últimas semanas após vazamentos da Polícia Federal. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, também foi rifado após aproximação com a LIDE e o empresariado mais liberal.

Sobra, então, Flávio Bolsonaro. O senador fluminense é visto por aliados como plano familiar de sobrevivência, mas carrega resistências no centro político. Por isso, o nome de Aldo cresce: mais palatável, mais articulado, menos rejeitado.

Na análise do Blog do Esmael, o “Plano A” do bolsonarismo é juridicamente viável, mas politicamente arriscado. 

Ao apostar em um vice como trunfo de substituição, Bolsonaro tenta sobreviver politicamente mesmo encarcerado. Aldo, por sua vez, encarna a figura do moderado com trânsito entre opostos.

A pergunta que paira é: o eleitorado aceitará Aldo como herdeiro de Bolsonaro? Ainda não se sabe. 

Mas o tabuleiro está em movimento e a estratégia está em curso. Como em 2018, a sucessão presidencial de 2026 será marcada por embates judiciais, simbolismo e engenharia narrativa.

Fonte: Blog do Esmael

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