Prefeitura de Laranjeiras do Sul

DECADÊNCIA HUMANA: “Mãe” de reborn e “tutor” de bicho - é o triunfo da infantilização

A recusa em nomear as coisas pelo que elas são é a recusa em amadurecer

Não sei se no mudo todo, mas, em Banânia, estamos nos tornando uma espécie de parque de diversões com zoológico, onde bichos têm RG – mas parte das pessoas mais humildes, ainda não – e há berçários para Chucky e sua noiva, hoje aprimorados por materiais e design realísticos.

Donas de bonecos de silicone que choram quando viram de lado, agora querem ser chamadas de “mãe”. 

Donos de cães que lambem as próprias partes íntimas e degustam as próprias fezes, agora são “tutores”. Sim. Você leu certo. E sim. Está tudo errado.

A epidemia de eufemismos afetivos é um sintoma grave de uma sociedade que já não distingue fantasia de realidade. 

A mulher que compra um boneco reborn e se diz “mãe” não precisa de afeto, precisa de terapia. 

E quem leva um pinscher de roupinha na bike, chama de “filho” e briga com a clínica veterinária como se fosse a escola do filho, desistiu de ser adulto faz tempo.

Cresçam e apareçam, meninos

Mãe, por definição, é a mulher que gera e dá à luz um filho. Ou, por extensão legítima, quem cria, educa e ama uma criança como se fosse sua. 

Fora disso, é fantasia. Pode até haver carinho genuíno, mas não existe parto de silicone. 

Nem instinto maternal por delivery. Reduzir a maternidade a um teatrinho com boneco plastificado é caso clínico.

Já a hitória dos “tutores” de pet é outra distorção semântica travestida de evolução moral. 

Tutor, no sentido estrito, é quem exerce a guarda legal de alguém incapaz: menor de idade, órfão, interditado. 

No máximo, em contextos educacionais, pode ser o orientador. Agora, transpor isso para o dono de um pug com crise de ansiedade, me desculpe, é teatro identitário.

Essa onda não é só pieguice. É um sintoma. A substituição da linguagem reflete a substituição do real. 

O boneco vira bebê, o pet vira filho e o adulto vira uma criança em negação. O mundo é cruel, instável e imprevisível, e então se refugiam no simulacro: bebês que não crescem, filhos que não falam, cães que não contradizem. Amor garantido, sob demanda e sem atrito.

O problema não está em ter afeto por um bicho ou brincar de boneca. O problema está em fingir que isso é a mesma coisa que ser mãe, ou pai, ou responsável por alguém. 

A recusa em nomear as coisas pelo que elas são é a recusa em amadurecer. 

E sem maturidade, o que nos resta é um mundo onde todos choram, ninguém pensa e, sim, para não deixar a política de lado, elege mitos, pais e mães mais falsos que os filhos de plástico que têm.

Fonte: O Antagonista

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