Provoca reações que variam da indignação à ironia a ação direta de inconstitucionalidade contra a decisão do Congresso que jogou na cesta de lixo o decreto de Lula (PT) aumentando o IOF.
Ao menos os brasileiros terão diversão garantida com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), logo eles, deliberando sobre “usurpação de competência”.
A alegação governista, afinal, é a mesma dos críticos do STF, acusado de atropelar prerrogativas exclusivas dos outros poderes.
Um especialista
O STF é um especialista: anulou decretos presidenciais de nomeação de Lula, na era Dilma, e do diretor da PF, no governo Bolsonaro.
Constituinte
Ministros do STF também deliberaram sobre marco temporal das terras indígenas, dispositivo constitucional que só o Congresso poderia mexer.
Quem legisla?
O Congresso também ficou de fora de decisões legisladoras do STF, como a descriminalização do uso e porte de maconha.
Jogo jogado
O decreto do Congresso anulou o aumento do IOF enquanto o STF legislava sobre marco civil da internet, lei federal em vigor há 11 anos.
Presentão
Para os deputados, a proposta é um presente de mãe. Além de turbinar os vencimentos, cria até uma espécie de 13º para os aposentados.
Suprapartidário
Como a regalia é para todos na Câmara, há mobilização suprapartidária, com assinaturas que vão do PL de Bolsonaro ao PT de Lula e Haddad.
Paga o pato
O Planalto avalia que a proposta, apesar de focar nos deputados, respinga no governo, e atiça a tara por aumentar impostos.
Fonte: Coluna do Claudio Humberto - Diário do Poder