Segundo Datafolha, 58% dos entrevistados sentem vergonha do Supremo Tribunal Federal e 56% estão resignados com o presidente Lula
Mais da metade da população brasileira afirma ter vergonha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste sábado.
De acordo com o levantamento, 58% dos entrevistados disseram sentir “mais vergonha do que orgulho” da Corte, enquanto apenas 30% manifestaram o sentimento oposto.
O levantamento avaliou a percepção dos brasileiros sobre diversas instituições, grupos e figuras públicas.
Os três Poderes da República apresentaram índices semelhantes de desaprovação: 56% dos entrevistados declararam ter vergonha do presidente Lula, 58% disseram ter vergonha de deputados federais e 59% estão resignados com os senadores.
A pesquisa foi realizada nos dias 10 e 11 de junho com 2.004 pessoas, em 136 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
As vergonhas do STF nos últimos anos
Nos últimos anos, o STF se notabilizou em decisões, no mínimo, controversas.
Como registramos, a Google Brasil reiterou sua preocupação com o impacto na liberdade de expressão e na economia digital causado pelas mudanças no Marco Civil da Internet (MCI).
Como O Antagonista explicou, o artigo 21 tratava apenas de publicação não autorizada de cenas de nudez e atos sexuais, mas o STF acrescentou uma lista de outros casos em que os provedores deverão remover conteúdo sem necessidade de ordem judicial.
Em 2021, a Corte anulou as condenações do presidente Lula na Lava-Jato, por entender que a 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo então juiz Sergio Moro, não tinha competência para julgar os processos.
O julgamento abriu caminho para a retomada dos direitos políticos de Lula, que voltou à disputa eleitoral em 2022.
Já em 2023, a Corte derrubou a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Por maioria, os ministros entenderam que os povos originários não precisam comprovar ocupação das áreas até a promulgação da Constituição de 1988 para garantir o direito aos territórios.
A decisão foi celebrada por lideranças indígenas, mas criticada por setores do agronegócio e da bancada ruralista, que acusaram a Corte de criar insegurança jurídica no campo.
Fonte: O Antagonista