Mesmo assim, o cenário nas duas regiões continua de apreensão, reforçado pela lembrança das enchentes de 2023 e 2024.
Em Eldorado do Sul, várias ruas do bairro Cidade Verde seguem alagadas.
A Defesa Civil informou que o nível do rio apresentou pequena elevação durante a madrugada, mas já dá sinais de estabilidade, com expectativa de recuo nas próximas horas.
O coordenador da Defesa Civil, Mário Rocha, diz que ocorre monitoramento constante e foram reforçadas as equipes nas zonas de risco. “A tendência é de estabilidade e declínio nas próximas horas”, disse.
Apesar do alívio momentâneo, a maioria das famílias já havia deixado as casas ou retirado os pertences de forma preventiva.
Na manhã deste domingo, o Rio Ibicuí, em Manoel Viana estabilizou em 14,06m. Conforme o coordenador municipal da Defesa Civil, André Meneghetti, a tendência é que o manancial comece a recuar ainda neste domingo.
O número de pessoas fora de casa chegou a 236 (119 famílias). Destas, quatro, pertencentes a uma família, estão no abrigo instalado no ginásio Henrique Nemitz Martins.
Os bairros mais afetados pela enchente são Navegantes, Restinga, Progresso e Barragem do Itu. a Prefeitura segue fazendo o levantamento dos estragos e o prefeito Antônio Flávio Busnelo deve decretar emergência nesta semana.
Nas Ilhas de Porto Alegre, o cenário é de vigilância. Na Ilha da Pintada, a água já se aproxima da Colônia de Pescadores Z5, enquanto na Ilha das Flores o acesso terrestre está bloqueado, só é possível circular de barco.
À beira da BR-290, moradores deixaram veículos estacionados por segurança, temendo a subida das águas.
O pescador Felipe Maciel Visintaimer, de 40 anos, que vive em uma parte um pouco mais alta da Ilha da Pintada, se preparou para evitar prejuízos.
“Fiz todos os móveis de tijolo à vista. Só os roupeiros precisam ser elevados, se for o caso. Não dá mais pra estar comprando tudo de novo”, afirma.
Ele lembra que, no ano passado, ajudou nos resgates de vizinhos, mas espera que desta vez isso não seja necessário.
Do bairro Arquipélago é possível ver que a correnteza do Jacuí segue forte, levando troncos e detritos em direção ao Guaíba. A expectativa, agora, é de que o nível da água comece a baixar nas próximas horas.
Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Erechim encontraram, neste domingo, o corpo de Ademar José Backes, de 59 anos, no interior de um automóvel que estava submerso nas águas do Rio Dourado, em Aratiba. Ele estava desaparecido desde a noite de sábado.
De acordo com o sargento Felipe Carpes, do Centro de Operações de Bombeiros (Cobom), de Erechim, o veículo deve ter sido arrastado pela correnteza, no momento da travessia. “Provavelmente o volume de água o arrastou quando foi passar pela ponte”, comentou.
Devido às chuvas, o nível no Rio Dourado está elevado. “Faço um apelo para que motoristas e pedestres evitem cruzar por pontes que estejam cobertas de água”, frisou.
Segundo ele, as buscas contaram com apoio do Serviço Civil Auxiliar de Bombeiro de Aratiba (SCAB) e da Brigada Militar. “A causa da morte ainda não foi confirmada oficialmente”, disse.
Para quem planeja pegar a estrada neste domingo, fique atento: há 32 pontos de bloqueio parcial ou total nas rodovias do Estado, segundo último boletim da Defesa Civil.
São 16 estradas estaduais com bloqueio total, em função de fatores climáticos, como água na pista, asfalto cedo ou problemas com as pontes e desvios.
A prefeitura de Porto Alegre está orientando os moradores da região das ilhas a deixarem suas casas e se direcionarem aos abrigos.
Uma equipe liderada pela Defesa Civil, em parceria com a Brigada Ambiental, a Marinha e o Corpo de Bombeiros está desde às 10h no braço Norte da Ilha dos Marinheiros levando auxílio e convencendo a população residente a se direcionar para locais seguros.
Melo já havia dito que a região era uma das mais afetadas com as chuvas torrenciais da última semana.
E, apesar da trégua e do tempo aberto no sábado e domingo, o nível do Guaíba seguiu subindo no sábado, em função da vazão dos rios Jacuí e Taquari, e tende a aumentar ao longo da semana.
Com o rio Gravataí acima da cota de inundação, com 4,75 metros, a indústria da Petrobrás na divisa de Canoas com Porto Alegre já começa a ser invadida pelas águas na manhã deste domingo.
Agentes da Defesa Civil Municipal acompanham o avança das águas na região.
O rio Uruguai segue crescendo em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Na manhã deste domingo seguia em cota de inundação com 9,22m, segundo medição do Serviço Geológico do Brasil.
Há três níveis de medição, a cota de atenção com 6,5 m, de alerta com 7,5 e inundação a partir de 8,5m.
Moradores dos bairros Mascarenhas de Moraes (Manduque) e Santo Antônio foram atingidos pela enchente totalizando 80 pessoas fora de suas casas.
Destas 32 pessoas, de oito famílias estão desabrigadas e outras 48 (11 famílias) desalojadas.
Foto: Camila Cunha
Em Eldorado do Sul, moradores observam com atenção a elevação das águas nas ruas do bairro Cidade Verde.
Ainda traumatizada pela enchente do ano passado, a maioria da população já deixou as casas e retirou os pertences de forma preventiva.
Segundo a Defesa Civil, o nível da água praticamente não subiu durante a madrugada e há expectativa de que comece a baixar nas próximas horas.
Um detalhe que chama a atenção dos moradores é o aspecto mais limpo da água, diferente da cheia de 2024, quando o barro trazido pelos rios tomou as ruas e residências.
Fonte: Correio do Povo - Porto Alegre
