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Garrafas de vidro possuem mais microplásticos do que as de plástico, aponta estudo

Pesquisa levanta novos questionamentos sobre a onipresença dos microplásticos em materiais até então considerados menos problemáticos.

Uma recente pesquisa realizada pela Agência Francesa de Segurança Alimentar (ANSES) trouxe à tona dados surpreendentes sobre a presença de microplásticos em embalagens de bebidas.

O estudo revelou que garrafas de vidro, tradicionalmente vistas como alternativas mais seguras e ecológicas, podem conter quantidades significativamente maiores dessas partículas em comparação com recipientes de plástico ou metal.

Esse achado levanta novos questionamentos sobre a onipresença dos microplásticos em materiais até então considerados menos problemáticos.

De acordo com os resultados, a média encontrada foi de aproximadamente 100 partículas de microplástico por litro em bebidas acondicionadas em garrafas de vidro. 

Esse número é de cinco a cinquenta vezes superior ao registrado em garrafas plásticas ou latas metálicas.

A descoberta surpreendeu os pesquisadores, que esperavam índices mais elevados nos recipientes plásticos, devido à sua composição e maior associação com a poluição por microplásticos.

O que são microplásticos e onde estão presentes?

Microplásticos são fragmentos de plástico com menos de cinco milímetros de comprimento, geralmente invisíveis a olho nu. 

Essas partículas podem ser encontradas em diversos ambientes, desde o ar que se respira até alimentos e bebidas consumidos diariamente.

Estudos recentes apontam que os microplásticos já foram detectados até mesmo no interior do corpo humano, demonstrando a extensão de sua dispersão no meio ambiente.

Por que as garrafas de vidro apresentam mais microplásticos?

O estudo da ANSES identificou que a principal fonte das partículas presentes nas garrafas de vidro são os próprios tampas e seus revestimentos.

Análises mostraram que as microplásticos detectadas tinham formato, cor e composição semelhantes à tinta utilizada na parte externa das tampas que selam as garrafas.

Pequenos arranhões, invisíveis sem equipamentos específicos, provavelmente causados pelo atrito entre as tampas durante o armazenamento, favorecem o desprendimento dessas partículas.

  • Tampas de garrafas de vidro: Fonte predominante das partículas encontradas.
  • Processos de armazenamento: O atrito entre tampas pode aumentar a liberação de microplásticos.
  • Variação entre bebidas: Refrigerantes, chás gelados e cervejas apresentaram níveis mais altos; água e vinho, menos afetados.

Como reduzir sua presença nas bebidas?

Apesar dos resultados preocupantes, a pesquisa também apontou possíveis soluções para diminuir a contaminação.

Testes realizados com métodos de limpeza das tampas, como a aplicação de jatos de ar seguidos de lavagem com água e álcool, conseguiram reduzir em até 60% a quantidade de microplásticos presentes.

Isso sugere que pequenas mudanças nos processos de produção e higienização podem ter impacto significativo na qualidade final das bebidas.

  1. Implementação de limpeza aprimorada das tampas antes do envase.
  2. Revisão dos materiais utilizados nos revestimentos das tampas.
  3. Monitoramento contínuo dos níveis de microplásticos nos diferentes tipos de embalagens.

Existe risco para a saúde devido aos microplásticos nas garrafas de vidro?

Até o momento, não há consenso científico sobre os impactos diretos da ingestão de microplásticos para a saúde humana. 

A ANSES destacou que ainda não existem níveis de referência para determinar uma quantidade considerada tóxica dessas partículas em alimentos ou bebidas. 

Por isso, não é possível afirmar se os dados encontrados representam um risco imediato. Entretanto, a agência recomenda que fabricantes adotem medidas preventivas para minimizar a exposição dos consumidores.

Com a crescente preocupação global sobre a poluição por microplásticos, o estudo reforça a necessidade de monitoramento constante e de inovações nos processos industriais.

A busca por alternativas mais seguras e a transparência nas informações sobre embalagens tornam-se cada vez mais relevantes para garantir a segurança alimentar e ambiental.

Fonte: O Antagonista


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