Atualmente, o sono desempenha um papel fundamental na vida de cada pessoa.
Acordar cedo de manhã ainda é um verdadeiro desafio para muitos.
Para entender melhor essa dificuldade, cientistas suíços estudaram esse fenômeno e tentaram revelar suas causas.
O sono é um processo cíclico composto por três estágios principais.
No primeiro estágio, a pessoa ainda não está totalmente adormecida e está se preparando para dormir.
No segundo estágio, durante o sono leve, é relativamente mais fácil acordar alguém. No terceiro estágio, o sono profundo, é onde acordar se torna mais difícil.
O estudo das ondas cerebrais nesses três estágios do sono trouxe resultados interessantes aos cientistas.
Durante o sono, as ondas cerebrais passam do ritmo alfa estável para o ritmo teta, uma mudança associada à memória e à orientação.
No sono profundo, elas mudam para o ritmo delta lento. Normalmente, até pequenos surtos conhecidos como “fusos do sono” podem ser observados.
Os cientistas suíços focaram especialmente o momento do despertar, analisando de forma abrangente essa fase complexa pela primeira vez.
Por que é difícil acordar de manhã?
O despertar é um processo reverso, mas não idêntico ao de adormecer, como explicou a neurobiologista Rachel Roe, da Universidade do Colorado.
Trata-se de uma onda de atividade controlada que se propaga da parte anterior para a posterior do cérebro.
Os pesquisadores estudaram mais de 1.000 despertares em 20 pessoas diferentes.
Observaram como o sinal do despertador afeta o cérebro e como ocorre o despertar espontâneo, registrando a atividade cerebral com a ajuda de 256 sensores.
Quais regiões do cérebro são responsáveis por nos acordar?
Francesca Siclari, pesquisadora do Instituto Holandês de Neurociência, revelou um fato surpreendente: o processo de despertar não é aleatório, mas segue uma sequência específica.
O despertar ocorre como um processo que se propaga das regiões frontais do cérebro, responsáveis pela tomada de decisões e outras funções, até a área visual posterior.
Esse processo mostra a chegada de sinais dos centros motores subcorticais até o córtex.
Como é a atividade cerebral durante o despertar?
É importante destacar que o sinal do despertador afeta o cérebro de forma diferente, dependendo da fase do sono.
Quando a pessoa acorda do sono REM, a atividade cerebral retorna rapidamente; já quando acorda do sono profundo, esse processo é mais lento.
Nessa situação, o despertar começa, primeiramente, nas áreas centrais do cérebro, seguindo a sequência descrita anteriormente.
Esse estudo pode ser apenas o primeiro passo para compreender os mecanismos cerebrais do despertar.
Pesquisas desse tipo são esperadas para ajudar no futuro, inclusive no monitoramento e no tratamento de pessoas com apneia do sono, além de contribuir para o entendimento do comportamento humano.
O complexo processo de acordar pela manhã tem, sem dúvida, impacto direto na produtividade diária.
Fonte: O Antagonista