Retirada do Brasil da IHRA ocorre ao mesmo tempo em que o governo Lula decide aderir formalmente ao processo movido pela África do Sul contra Israel na CIJ
O senador Sergio Moro (União-PR) classificou nesta sexta-feira, 25, a decisão do governo Lula de retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), da qual participava como membro observador desde 2021, como “mais um vexame internacional”.
Divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, a decisão ainda não foi anunciada oficialmente pelo governo brasileiro.
No entanto, segundo o Metrópoles, o Itamaraty já comunicou a embaixada israelense em Brasília sobre o processo.
“Profunda falha moral”
A retirada do Brasil da IHRA ocorre ao mesmo tempo em que o governo Lula decide aderir formalmente ao processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas (CIJ).
O Ministério israelense das Relações Exteriores reclamou publicamente da decisão:
“A decisão do Brasil de se juntar à ofensiva jurídica contra Israel na CIJ, ao mesmo tempo em que se retira da IHRA [Aliança Internacional de Memória do Holocausto], é uma demonstração de uma profunda falha moral.
Numa época em que Israel luta por sua própria existência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso”, afirmou a pasta em comunicado.
A decisão do governo Lula foi confirmada na quarta, 23, pelo Itamaraty.
“O governo brasileiro anuncia que está em fase final para submissão de intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça, movido pela África do Sul com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.
A decisão fundamenta-se no dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e Direito Internacional Humanitário frente à plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados, conforme conclusão da Corte Internacional de Justiça, em medidas cautelares anunciadas em 2024.”
Na ação, o governo sul-africano acusa Israel de cometer genocídio contra os civis na Faixa de Gaza.
Fonte: O Antagonista