O ex-ministro José Dirceu anunciou sua intenção de solicitar uma revisão do julgamento relacionado ao caso do mensalão.
Em uma entrevista concedida à revista Focus, ligada à Fundação Perseu Abramo, que possui vínculos com o Partido dos Trabalhadores (PT), Dirceu revelou que formalizará o pedido após as eleições de 2026.
Dirceu, juntamente com outras 23 pessoas, foi condenado por corrupção em um processo que incluiu políticos, líderes partidários e empresários.
A revisão de um julgamento já transitado em julgado, como é o caso do mensalão, pode ser solicitada quando um dos réus acredita que houve um erro judicial.
Essa solicitação implica uma nova análise de um caso previamente decidido, mas a probabilidade de sucesso é considerada baixa, exceto em situações onde se evidenciam injustiças notórias.
Com o objetivo de evitar que esse tema seja utilizado durante a campanha eleitoral, Dirceu indicou que fará o pedido de revisão da Ação Penal 470 apenas no final do próximo ano.
“Existem vários aspectos no processo do chamado mensalão que precisam ser reavaliados.
Vou solicitar essa revisão”, declarou ele, embora não tenha especificado quais pontos pretende discutir.
O julgamento do mensalão foi conduzido pelo ex-ministro Joaquim Barbosa e teve como revisor o atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Em suas declarações, Dirceu criticou o sistema judiciário, afirmando que este se transformou em um partido de oposição, responsabilizando-o por criminalizar a política e a esquerda, fazendo referência à Operação Lava-Jato.
Além de sua intenção de revisar o processo, Dirceu também confirmou sua candidatura a deputado federal nas próximas eleições.
Ele revelou que recebeu incentivo do presidente Lula para essa empreitada.
“Minha tendência é ser candidato; isso depende do PT de São Paulo e das conversas que teremos”, comentou.
Dirceu ainda ressaltou que Lula já lhe expressou que considera justo que ele tenha uma nova oportunidade política.
“Nosso presidente pessoalmente já me disse que acredita que eu deveria virar essa página, candidatar-me e tentar voltar à Câmara”.
Fonte: O Antagonista
