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TUDO TEM DE SER INVESTIGADO, INCLUSIVE A MOTIVAÇÃO DE ALGUMAS DELAÇÕES.

Dada a forma que as coisas assumiram no Brasil, nós, da imprensa, estaríamos obrigados a tratar com igual importância todos os vazamentos de depoimento, façam eles sentido ou não.

Afinal, tratar-se-ia de não privilegiar nem proteger nenhum dos lados da disputa. 

A suposição embute, de saída, um erro ou uma má-fé: tudo o que está no noticiário seria nada menos do que um confronto de versões do “lado” e do “outro lado”.

Assim, se um disser que o papa Francisco nunca recebeu propina do petrolão, mas o outro assegurar que “sim”, a nós, da imprensa, cumpriria noticiar o que ambos asseveram. 

E, por óbvio, o papa Francisco passaria a ser um suspeito. Claro! Sempre se poderia indagar que sentido faria o Sumo Pontífice receber capilé da bandidagem. 

Ainda que a resposta fosse “sentido nenhum”, alguém diria que nossa tarefa não é brigar com a notícia. 

O nosso serviço seria publicar o conteúdo do vazamento e ligar para a assessoria do Vaticano para perguntar se o herdeiro do Trono de Pedro tem algo a dizer. 

Eventualmente, a gente informa que, procurado, o titular do Vaticano não foi encontrado e não respondeu à solicitação até a hora tal. É evidente que não parece ser esse um bom caminho.

Por que essa digressão inicial? Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos delatores da Lava Jato, afirmou ter levado R$ 300 mil, no segundo semestre de 2013, a um diretor da UTC Engenharia chamado Mirada. 

Tal dinheiro seria destinado ao senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB. 
O tucano, obviamente, nega a acusação e a considera absurda.

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