* O título originalo do artigo é apenas "Fora do tempo".
Um clima de desalento tomou os aliados de Dilma Rousseff no dia em que o Senado se reuniu para transformá-la em ré no processo de impeachment. Afastada há quase três meses, a presidente não conseguiu virar um único voto a seu favor. Ao contrário: na noite de terça (9), todas as previsões indicavam que ela sofreria uma derrota pior que a de maio, quando foi retirada do cargo.
Um clima de desalento tomou os aliados de Dilma Rousseff no dia em que o Senado se reuniu para transformá-la em ré no processo de impeachment. Afastada há quase três meses, a presidente não conseguiu virar um único voto a seu favor. Ao contrário: na noite de terça (9), todas as previsões indicavam que ela sofreria uma derrota pior que a de maio, quando foi retirada do cargo.
O desinteresse pelos discursos era visível no plenário.
Alheios à tribuna, senadores consultavam os celulares em busca de notícias da
Olimpíada. Enquanto os atletas competiam no Rio, a sensação em Brasília era de
jogo encerrado.
Fora do alcance das câmeras, os náufragos do governo
afastado buscavam explicações para o fracasso anunciado. Muitos repetiam que
Dilma perdeu o "timing" para esboçar uma reação. A ideia de divulgar
uma carta aos senadores, com os últimos apelos contra o impeachment, teria sido
tomada tarde demais.
"Esta foi a tônica do governo dela. Até as decisões
certas saíram na hora errada", lamentava um senador petista.