Donovan Ferreti, diretor de ingressos do Rio 2016, durante a entrevista coletiva nesta segunda-feira

Ferreti explicou que, desde o início da operação de venda, houve uma
divisão de 70% do total para o público e 30% para família olímpica,
federações e patrocinadores - que representam entre 5% e 7% dentro
desses 30% separados pelo comitê.
- Fizemos uma divisão desde o início das vendas: 70% para o público
local e 30% para a família olímpica, e também federações e
patrocinadores. Dentro desse total de 30%, patrocinadores representam de
5% a 7%.
Questionado sobre os espaços vazios enquanto os números anunciados dão
conta de venda de quase todas as entradas, Ferreti afirmou:
- Nesse ponto, tempos muito "double headers" (dois eventos no mesmo
local para o mesmo ingresso). Alguns chegam para uma sessão, e saem
antes da segunda. A maior parte é relacionada a isso. Há uma dupla
competição, dois jogos dentro de um mesmo ingresso. Então a pessoa fica
apenas para uma sessão. A partir do momento que a gente passa essas
fases preliminares e começa a avançar para eliminatórias, onde tem
apenas um jogo, vamos perceber que esse número de lugares vazios passa a
diminuir - disse o diretor, que anunciou ainda a venda de 95 mil
entradas somente no domingo, com uma receita de R$ 11 milhões.
Indagado se considera normal esses espaços vazios, Ferreti respondeu que
neste momento sim. E revelou que a performance de atletas, como a
seleção brasileira feminina de futebol, está impulsionando as vendas:
- Nesse ponto é normal. A gente também tem o ponto de venda, que vem
aumentando próximo aos jogos. Para se ter uma ideia, ontem o evento mais
vendido foi a final do futebol feminino, que nem é tão popular no
Brasil, mas pelo grande desempenho vem tendo mais vendas.
O diretor de ingressos do Rio 2016 foi indagado especificamente sobre
eventos populares que apresentaram muitos espaços vazios na
arquibancada, como o vôlei de praia e a partida disputada na noite de
domingo pelo sérvio Novak Djokovic, Ferreti ressaltou que a decisão de
permanecer ou não no evento é do torcedor:
- É justificável. Os ingressos estão todos vendidos para várias
competições, as que não estão ficam disponíveis no nosso site. Alguém
pode não ter ido, ou saído mais cedo. A gente não pode dizer que todas
as arenas estão vazias. Temos essa questão da dupla sessão. O comitê já
atingiu sua meta de receita. As pessoas irem a um lugar que tem duas
sessões de futebol, ou como citou de vôlei de praia, permanecer para as
duas sessões é uma decisão do espectador. A gente espera que ele atenda e
tenha um grande prazer em ver os jogos, mas é uma decisão dele de
chegar mais cedo ou mais tarde, e ficar ou não até o final.
No fim, admitiu que a questão é motivo de preocupação para o Rio 2016:
- Claro que o comitê está preocupado em ter essa atmosfera olímpica e que as arenas estejam cheias.