Governador do Paraná se fortalece como alternativa presidencial, mas ainda está em uma galáxia muito distante do Palácio do Planalto.
A bola da vez é Ratinho Jr. (PSD). Diante da relutância de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em disputar a Presidência da República em 2026, o governador do Paraná vai se fortalecendo como opção à direita para tentar destronar Lula na próxima eleição.
Ao contrário dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Ratinho não lançou uma pré-candidatura presidencial, e tem se limitado a dizer que fica feliz por ser considerado pelo poderoso PSD, de Gilberto Kassab, para disputar o Palácio do Planalto em 2026.
O governador do Paraná tem uma gestão muito bem avaliada. O último levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado em agosto, apontou 85% de aprovação — no caso do governo Lula, a aprovação entre os paranaenses é de 31,1%, para comparação.
Desconhecido
Mas Ratinho vai depender de bem mais do que a aprovação local para se tornar um candidato viável em 2026.
Pesquisa Quaest divulgada em setembro indica que o governador do Paraná é desconhecido por 42% da população brasileira (Tarcísio é desconhecido por 34%).
A proporção de desconhecimento era de 51% em janeiro, o que indica que ele está ficando mais conhecido.
Mas há um desafio extra para Ratinho como possível candidato da direita: cativar a família Bolsonaro e, por extensão, os bolsonaristas.
Em prisão domiciliar e em vias de ir começar a cumprir sua pena em regime fechado por tentativa golpe de Estado, Jair Bolsonaro perdeu força, mas mantém sua relevância política e, assim como Lula fez em 2018, terá influência nos rumos da sucessão presidencial, de olho em benefícios pessoais.
Bolsonaro
A mesma pesquisa Quaest indicou que o governador do Paraná é rejeitado por 33% dos bolsonaristas (que dizem não ter intenção de votar nele).
No caso de Tarcísio, são apenas 20% dos apoiadores de Bolsonaro que dizem não ter intenção de lhe escolher na urna — provavelmente esperam poder votar no próprio Bolsonaro, como os filhos do ex-presidente gostam de sugerir que pode ocorrer.
Seria possível para Ratinho concorrer sem o apoio de Bolsonaro, mas, nesse caso, o risco de derrota se tornaria muito maior.
Ele teria de superar o candidato bolsonarista (Eduardo Bolsonaro? Michelle?) no primeiro turno para ir ao segundo com Lula (ou sua alternativa à esquerda).
A pretensão de Ratinho não depende apenas do PSD, portanto.
Caiado já anunciou que pretende anistiar Bolsonaro caso seja eleito presidente. Ratinho estaria disposto a fazer a mesma promessa?
Tarcísio se desgastou muito no último gesto feito por Bolsonaro, no protesto do 7 de Setembro, e, desde então, se retraiu.
A dependência de um ex-presidente condenado cobrou seu preço.
Galáxia distante
“Em uma galáxia não muito distante, existe um lugar onde enfrentamos tudo aquilo que precisa mudar no Brasil.
E esse lugar é o Paraná”, diz o vídeo publicado pelo governador jedi (foto) no domingo, 28, para propagandear sua gestão, projetando-a nacionalmente.
Assim como Caiado, Ratinho larga bem pela aprovação local de sua gestão, mas ainda está em uma galáxia muito distante do Palácio do Planalto.
Fonte: oantagonista.com.br
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