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EUA apresentam plano de paz para Gaza com conselho presidido por Trump, anistia ao Hamas e possibilidade de Estado palestino

Na Casa Branca, Netanyahu disse ter aceitado a proposta. Trump afirmou que os EUA apoiarão Israel em medidas para eliminar o Hamas caso o grupo rejeite o plano.

Os Estados Unidos divulgaram nesta segunda-feira (29) um plano de encerrar a guerra na Faixa de Gaza

A proposta prevê a criação de um conselho internacional presidido por Donald Trump, anistia a integrantes do Hamas que entregarem as armas e a possibilidade da criação de um Estado palestino no futuro. 

A proposta esclarece que o Hamas tem 72 horas para devolver todos os reféns israelenses mantidos em Gaza após Israel aceitar os termos do acordo. 

Na teoria, o prazo já estaria valendo, uma vez que Trump disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu concordou com a proposta. Confira detalhes do plano mais abaixo.

Segundo a proposta, Gaza será transformada em uma zona “desradicalizada”, livre de grupos armados. 

O território passará por reconstrução com apoio de um comitê palestino tecnocrático e de especialistas internacionais. 

Autoridades do Hamas disseram que não receberam detalhes do plano.

O grupo proposto pelos Estados Unidos atuará sob supervisão de um novo órgão internacional, o chamado “Conselho da Paz”, que será presidido por Trump. 

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair também deve integrar a estrutura. Não está claro se Israel participará do conselho.

Em uma coletiva de imprensa, Trump afirmou que se o Hamas rejeitar a proposta, os Estados Unidos apoiarão medidas militares para eliminar o grupo terrorista de forma definitiva.

Ao lado de Trump, Netanyahu disse que concorda com o plano e afirmou que Israel irá avançar na ofensiva caso o Hamas não aceite os termos propostos pelos EUA.

“Se o Hamas rejeitar seu plano, senhor presidente, ou se supostamente aceitá-lo e depois basicamente fizer de tudo para contrariá-lo, então Israel concluirá o trabalho por conta própria”, disse Netanyahu.

Atualmente, Israel controla parte do território Faixa de Gaza, onde realiza operações militares terrestres. 

Enquanto isso, na prática, o governo do enclave está sob domínio de autoridades ligadas ao Hamas.

Veja alguns pontos do plano dos EUA:

Fim imediato da guerra e troca de reféns e prisioneiros

O cessar-fogo ocorreria logo após a aceitação do plano.

Israel libertaria prisioneiros, enquanto o Hamas devolveria todos os reféns em 72 horas.

A troca incluiria também restos mortais de ambas as partes.

Ajuda humanitária e reconstrução de Gaza

Entrada imediata de alimentos, água, energia, hospitais e infraestrutura.

Equipamentos para limpar escombros e reabrir estradas seriam autorizados.

Distribuição feita pela ONU, Crescente Vermelho e outras entidades neutras.

Nova governança em Gaza

Um comitê palestino tecnocrático e apolítico assumiria a gestão local.

Esse órgão seria supervisionado pelo “Conselho da Paz”, presidido por Trump.

Não está claro se Israel participará do conselho internacional.

O objetivo é preparar o retorno da Autoridade Palestina após reformas.

Desmilitarização e anistia ao Hamas

Toda infraestrutura militar e de túneis seria destruída sob monitoramento internacional.

Integrantes do Hamas poderiam entregar armas e receber anistia.

Quem desejasse sair teria passagem segura para outros países.

Segurança internacional e futuro político

Uma Força Internacional de Estabilização treinaria a polícia palestina.

Israel se retiraria gradualmente do território, mantendo apenas um perímetro de segurança temporário.

O plano prevê caminho para autodeterminação palestina e coexistência pacífica.

Proposta

O plano prevê ainda a libertação de todos os reféns israelenses que estão sob o poder do Hamas em até 72 horas após a aceitação da proposta pelo governo israelense. 

Em contrapartida, Israel libertaria mais de 1.900 prisioneiros palestinos, incluindo 250 que receberam penas de prisão perpétua.

Ainda de acordo com a proposta, a ajuda humanitária seria ampliada imediatamente, com entrada de alimentos, medicamentos e materiais para reconstrução. 

A distribuição seria feita pela ONU, pelo Crescente Vermelho e por outras entidades internacionais.

"Ninguém será forçado a deixar Gaza. Aqueles que desejarem sair poderão fazê-lo livremente e terão direito de retorno.

Encorajaremos as pessoas a permanecer e lhes ofereceremos a oportunidade de construir uma Gaza melhor."

O comunicado indica ainda que o Hamas e outras facções ficariam proibidos de participar do governo de Gaza. 

Todos os túneis e fábricas de armas seriam destruídos. Uma Força Internacional de Estabilização, com apoio de países árabes, assumiria a segurança local e treinaria a polícia palestina.

A proposta deixa clara que Israel não anexaria o território da Faixa de Gaza. 

As Forças de Defesa de Israel se retirariam gradualmente, entregando áreas à força internacional, em um processo condicionado à desmilitarização.

"Os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização (ISF), a ser imediatamente implantada em Gaza. 

A ISF treinará e dará suporte a forças policiais palestinas verificadas em Gaza, em consulta com Jordânia e Egito, que têm vasta experiência nessa área", segundo o documento.

O comunicado indica que a proposta será executada mesmo com a rejeição do Hamas. 

Neste caso, o plano será implementado em áreas consideradas livres do grupo terrorista. 

A conclusão do plano indica que a Autoridade Palestina tomaria o poder de forma definitiva, o que consolidaria a criação do Estado Palestino.

Trump se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira, na Casa Branca. 

O encontro também buscou reduzir as tensões entre Israel e Catar, após o bombardeio em Doha, no início de setembro, que teve como alvo dirigentes do Hamas.

De acordo com a Casa Branca, durante a reunião, Netanyahu e Trump ligaram para o premiê catariano, Mohammed Bin Abdulrahman. 

No telefonema, Netanyahu pediu desculpas “pela violação da soberania do Catar” e disse que Israel não repetirá ataques contra o país.

Sobre a proposta de paz para Gaza, Trump já havia discutido o plano com líderes árabes em Nova York, na semana passada, antes da Assembleia Geral da ONU.

Um integrante do Hamas disse à agência Associated Press que o grupo foi informado sobre a iniciativa, mas ainda não recebeu uma proposta oficial dos mediadores do Egito e do Catar.

O grupo terrorista declarou star disposta a analisar “de forma positiva e responsável” qualquer iniciativa e reiterou a posição de libertar todos os reféns em troca do fim da guerra e da retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza.

Veja a íntegra do comunicado

Plano Abrangente do Presidente Donald J. Trump para Encerrar o Conflito em Gaza

Gaza será uma zona desradicalizada, livre do terrorismo e que não representará ameaça a seus vizinhos.

Gaza será reconstruída em benefício de seu povo, que já sofreu mais do que o suficiente.

Se ambas as partes aceitarem esta proposta, a guerra terminará imediatamente. As forças israelenses se retirarão até a linha acordada para se preparar para a libertação dos reféns. 

Durante esse período, todas as operações militares, incluindo bombardeios aéreos e de artilharia, serão suspensas, e as linhas de combate permanecerão congeladas até que sejam cumpridas as condições para a retirada completa e escalonada.

Em até 72 horas após a aceitação pública deste acordo por Israel, todos os reféns, vivos e mortos, serão devolvidos.

Assim que todos os reféns forem libertados, Israel libertará 250 prisioneiros com penas de prisão perpétua, além de 1.700 palestinos de Gaza detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças detidas nesse contexto. 

Para cada refém israelense cujos restos mortais forem devolvidos, Israel entregará os restos mortais de 15 palestinos de Gaza falecidos.

Após a devolução de todos os reféns, membros do Hamas que se comprometerem com a convivência pacífica e com a entrega de suas armas receberão anistia. 

Aqueles que desejarem deixar Gaza terão passagem segura para países que os recebam.

Com a aceitação deste acordo, ajuda humanitária completa será enviada imediatamente à Faixa de Gaza. No mínimo, as quantidades serão consistentes com o acordo de 19 de janeiro de 2025 sobre ajuda humanitária, incluindo reabilitação da infraestrutura (água, eletricidade, esgoto), recuperação de hospitais e padarias, e entrada de equipamentos necessários para remover escombros e abrir estradas.

A entrada e distribuição de ajuda na Faixa de Gaza ocorrerão sem interferência das duas partes, por meio da ONU e suas agências, do Crescente Vermelho, além de outras instituições internacionais não vinculadas a nenhuma das partes. 

A abertura da passagem de Rafah, nos dois sentidos, estará sujeita ao mesmo mecanismo implementado sob o acordo de 19 de janeiro de 2025.

Gaza será governada temporariamente por uma administração de transição composta por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, responsável pelos serviços públicos e municipais do dia a dia para a população. 

Esse comitê será formado por palestinos qualificados e especialistas internacionais, sob supervisão de um novo órgão internacional de transição, o “Conselho da Paz”, que será chefiado e presidido pelo Presidente Donald J. Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro Tony Blair. 

Esse órgão definirá o marco institucional e administrará os recursos para a reconstrução de Gaza até que a Autoridade Palestina conclua seu programa de reformas, conforme previsto em diversas propostas — incluindo o plano de paz de Trump em 2020 e a proposta saudita-francesa — e possa reassumir o controle de Gaza de forma segura e eficaz. 

O órgão aplicará os melhores padrões internacionais para criar uma governança moderna e eficiente, que atenda ao povo de Gaza e seja atraente para investimentos.

Um plano econômico de desenvolvimento para reconstruir e revitalizar Gaza será elaborado por um painel de especialistas que já participaram da criação de algumas das cidades modernas mais prósperas do Oriente Médio. 

Diversas propostas de investimento e ideias de desenvolvimento apresentadas por grupos internacionais serão analisadas, de forma a integrar segurança e governança e atrair investimentos que gerem empregos, oportunidades e esperança para o futuro de Gaza.

Será estabelecida uma zona econômica especial, com tarifas e taxas de acesso preferenciais a serem negociadas com os países participantes.

Ninguém será forçado a deixar Gaza; aqueles que desejarem sair poderão fazê-lo livremente e terão direito de retorno. 

Encorajaremos as pessoas a permanecer e lhes ofereceremos a oportunidade de construir uma Gaza melhor.

O Hamas e outras facções concordarão em não exercer nenhum papel no governo de Gaza, seja direta ou indiretamente. 

Toda a infraestrutura militar, terrorista e ofensiva, incluindo túneis e fábricas de armas, será destruída e não poderá ser reconstruída. 

Gaza passará por um processo de desmilitarização supervisionado por monitores independentes, que incluirá a retirada definitiva das armas de uso por meio de um processo acordado de desativação, apoiado por um programa internacional de recompra e reintegração, tudo verificado por esses monitores. 

A “Nova Gaza” estará totalmente comprometida em construir uma economia próspera e em coexistir pacificamente com seus vizinhos.

Uma garantia será oferecida por parceiros regionais para assegurar que o Hamas e outras facções cumpram suas obrigações e que a Nova Gaza não represente ameaça a seus vizinhos nem a seu próprio povo.

Os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização (ISF), a ser imediatamente implantada em Gaza. 

A ISF treinará e dará suporte a forças policiais palestinas verificadas em Gaza, em consulta com Jordânia e Egito, que têm vasta experiência nessa área. 

Essa força será a solução de segurança interna de longo prazo. A ISF trabalhará com Israel e Egito para ajudar a proteger áreas de fronteira, junto com as novas forças policiais palestinas treinadas. 

Será fundamental impedir a entrada de munições em Gaza e facilitar o fluxo rápido e seguro de bens para reconstruir e revitalizar a região. As partes acordarão um mecanismo de prevenção de conflitos.

Israel não ocupará nem anexará Gaza. À medida que a ISF estabeleça controle e estabilidade, as Forças de Defesa de Israel (IDF) se retirarão com base em padrões, marcos e prazos ligados à desmilitarização, acordados entre as IDF, a ISF, os garantes e os Estados Unidos, com o objetivo de garantir uma Gaza segura, que não ameace Israel, o Egito ou seus cidadãos. 

Na prática, as IDF entregarão progressivamente os territórios ocupados em Gaza à ISF, conforme acordo com a autoridade de transição, até a retirada completa, exceto pela manutenção de um perímetro de segurança até que Gaza esteja devidamente protegida contra uma eventual retomada de ameaças terroristas.

Caso o Hamas atrase ou rejeite esta proposta, o previsto acima, incluindo a operação de ajuda ampliada, será implementado nas áreas livres de terrorismo entregues pelas IDF à ISF.

Um processo de diálogo inter-religioso será estabelecido com base nos valores de tolerância e convivência pacífica, para tentar mudar mentalidades e narrativas de palestinos e israelenses, enfatizando os benefícios da paz.

Enquanto o processo de reconstrução de Gaza avança e o programa de reformas da Autoridade Palestina for implementado fielmente, poderão finalmente estar dadas as condições para um caminho credível em direção à autodeterminação e ao Estado palestino, reconhecido como a aspiração do povo palestino.

Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para definir um horizonte político de coexistência pacífica e próspera.

Fonte:  https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/09/29/casa-branca-divulga-plano-de-paz-para-gaza-eua.ghtml


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